A arte do relacionamento interpessoal
1 de setembro de 2020
Em qualquer agrupamento social, percebemos claramente as diferenças individuais. Forma de vestir, de se relacionar, de conversar, maneira de falar e de andar, gestos, etc… nos chama a atenção e nos aproxima ou nos afasta do outro. Pode ser uma atração real ou imaginária.
A atração é real quando é a pessoa que nos chama atenção e é imaginária quando sua forma de ser corresponde a uma imagem interna do que desejamos encontrar no outro. Quando isto ocorre chamamos de projeção, ou seja, projetamos no outro, o que queremos para nós mesmos. Embora, possa haver coincidência ao encontrar alguém que corresponda ao que desejamos, sem que seja projeção.
Quanto mais conseguimos compreender e respeitar a realidade individual do outro e diferenciarmos o que é nosso do dele, mais duradouro será o relacionamento, é exatamente nisto que reside o verdadeiro “encontro”.
A aceitação do outro está diretamente relacionada a auto aceitação. A consciência em relação a nós mesmos e ao mundo é a mola mestra que nos leva a um conhecimento menos falso das verdades que nos cerca. Afinal, o que é verdade, sobre o outro? Quem sou eu para saber o que o outro é?
A inter-relação normalmente é boicotada por projeções pessoais não checadas, não percebidas, não conscientes. Agimos e nos relacionamos de acordo com o que imaginamos que o outro pensa a nosso respeito e não o que ele realmente pensa.
Mas como resolver esta questão da imaginação? Simples, por meio do diálogo! Para trocar informações, percepções e esclarecer sentimentos. Assim, tornamos o relacionamento mais isento de projeções e mais próximo da realidade. Quanto mais próximo e importante o relacionamento, mais importante se torna a depuração das projeções.
Um outro fator que interfere nas relações são as manipulações. Normalmente manipulamos o outro, para que ele perceba o que queremos que conheça e não o que pensamos e desejamos de fato. Se o outro também agir assim, viveremos num sistema irreal e fictício de relação.
Amarras nos relacionamentos também minam a confiança e o relacionamento. Temos a tendência de criar dependências nos relacionamentos e com isso, amarramos o outro e nos amarramos a ele, criando uma prisão e impedindo o crescimento e o livre caminhar. Nestas situações, é comum se imaginar o que o outro sente por nós e a partir daí passa-se a agir em função do que se imagina. Se não se trocar os pensamentos e sentimentos, se entrará num círculo de desencontros.
Mas como resolver estas questões de relacionamentos?
É preciso sempre um retorno a nós mesmos. Um foco em nós e nunca no outro. Refletir sobre nossa posição pessoal, nosso estar no mundo, pode nos ajudar.
Num relacionamento verdadeiro, é preciso ir e vir ou seja, vamos ao outro, voltamos a nós mesmos, retornamos ao outro com nossas contribuições de visão e pensamentos, recebemos novas informações do outro computamos em nós mesmos e assim por diante. Mas, o esforço tem que ser conjunto. Só assim, caminhamos para relações verdadeiras e profundas, que conferem respeito, autoconfiança, desprendimento e alegria de viver a relação e o mundo!
Viver o presente nos ajuda muito viver uma relação saudável. E é o melhor que podemos nos oferecer, pois normalmente ficamos estagnados num passado que já perdemos ou num futuro incerto que não nos pertence. Também costumamos reduzir o presente e o novo numa rotina maçante e automática, que nos impede de viver o aqui e agora, compartilhado com o outro. Nos impede de trocar, dialogar e buscar as verdades de cada um e da relação.
E, você? Como andam suas relações?
O que você tem feito para desenvolvê-las?
Pense nisto!
Ótima Semana!