Gestão do tempo e Qualidade de Vida

“A vida é curta, por isso não faça dela um rascunho. Pode não dar tempo de passá-la a limpo.”

Gerir o próprio tempo é gerir a vida. É ter o controle de sua vida. Gerir o tempo é mais do que conhecer e aplicar técnicas de administração do tempo.

Mas, porque é tão importante gerir o tempo? Gerir o próprio tempo como a frase de início, é gerir a própria vida, pois primeiramente deve-se manter o foco no presente, utilizar-se do passado como aprendizagem e do futuro como meta.

Para entender melhor a complexidade do conceito de tempo, pode-se dizer que o tempo é um dos únicos recursos totalmente democrático, uma vez que todos possuem a mesma quantidade e divisão, é um recurso perecível, que se extingue para cada um de nós a cada dia, e acima de tudo, o tempo envolve escolhas. O tempo também tem duas realidades: a do relógio, facilmente observado e o das crenças e paradigmas, que não necessariamente a pessoa conhece, neste sentido, ele é subjetivo para cada um.

Parece fácil, aplicar as técnicas de administração do tempo, com foco, objetivos, metas e resultados, mas não é. As crenças e paradigmas dificultam-nos a manter o foco. Neste sentido, convido você para refletir sobre algumas de suas crenças. Prática que já fizemos em outro texto, mas desta vez será com foco nas crenças relacionadas ao como cada um percebe e gasta seu tempo.

Você considera que estar em atividade é estar produtivo? Você acha que trabalhar de forma árdua te levará ao sucesso? Você acha que perfeccionismo te garantirá o sucesso?

Você acha que os outros e o externo te impedem de alcançar seus objetivos? Ou você acha que seu sucesso só depende de você?

Analisando cada uma destas crenças, podemos dizer que:

Estar em atividade não significa ser produtivo, então comece a pensar quais atividades você faz e que poderia delegar por não agregarem nada a suas metas. Se manter em atividade, também pode estar relacionado a dificuldade em dizer não, em pensar a própria vida em termos de propósitos e metas, em fazer escolhas, ou melhor em não se responsabilizar pelo que acontece a você. Não fazer escolhas, também é uma escolha e tem suas consequências.

Trabalho árduo, também não significa sucesso e realização. É preciso otimizar o tempo, para se ter tempo livre de viver o presente com leveza, é preciso repensar o “como” se faz, e se existem formas melhores para fazer o que tem que ser feito. A perfeição também não garante realização, é preciso sim, fazer o melhor que pudermos, mas sem a busca de perfeição que nos escraviza e nos torna intolerantes.

Responsabilizar o outro ou o contexto externo pelo que nos acontece, nos exime de nos responsabilizarmos pelo que estamos ou não fazendo com o nosso tempo e nossa vida e pelas nossas escolhas.

Considerar que apenas nós somos responsáveis pelo nosso sucesso, também não é verdade. Temos que ser humildes e generosos em identificar todos aqueles que nos ajudaram a chegar onde estamos. Devemos unir as competências do “Nós” que nos ajuda a conquistar o sucesso. Pense em todas as pessoas que te ajudaram a chegar até aqui e o que você aprendeu com cada uma, mesmo aquelas que dificultaram algum caminho, pois estas também tiveram um papel importante. Agradeça sempre.

Tudo que falamos até aqui, consome tempo e energia. Então reveja seu cotidiano, seu trabalho, sua casa, sua família, seus amigos, como você divide seu tempo? O que faz está te levando ao alcance de seus objetivos?

Reveja suas crenças e esteja consciente de que toda a mudança tem suas restrições e seus pontos fortes.

Algumas restrições são: as crenças e valores pessoais, pressão de pessoas e grupos, dificuldades pessoais, falta de acesso a informações e os mecanismos de defesa, como já vimos em textos anteriores.

Por outro lado, a eterna insatisfação do homem, nossa grande capacidade e potencial, a constatação de que mudanças acontecem de qualquer forma; nosso instinto de sobrevivência, que ao nos vermos ameaçados, mudamos, nos impulsionam a mudar, por isto podemos utilizar estes pontos a nosso favor.

Utilizar o tempo de forma adequada, nos ajuda a alcançar nossas metas pessoais, a fazer melhores escolhas, a viver de forma coerente com nossos valores, enfim, nos fornece bem-estar e nos dá qualidade de vida, por sentirmos estar no caminho certo.

Mas, como fazer um diagnóstico de como utilizamos nosso tempo? São várias técnicas e veremos algumas delas na próxima edição. Até lá!

Por enquanto convido você a refletir sobre as questões colocadas no texto.

Semana que vem aprofundarei um pouco mais o tema.