Diferenças e interpretações sobre Sintomas e Doença

Diferenças e interpretações sobre Sintomas e Doença

6 de abril de 2022

Dia 07, de Abril comemora-se o dia Mundial da Saúde, por isto optei por tratar deste tema, esta semana.

A primeira reflexão que podemos fazer é a de diferenciar o Sintoma da Doença.

O sintoma pode nos dizer o que ainda nos falta no nosso caminho, mas é preciso entender a sua linguagem.

A doutrina Zen considera que a Luz e a Sombra são opostas, embora uma dependa da outra, para ser conhecida. Assim como a luz e sombra, a doença faz parte da saúde assim como a morte faz parte da vida.

Mas o que é a doença?

A doença é um estado do ser humano que indica que, na sua consciência, a pessoa não está em ordem, ou seja, encontra-se em desarmonia e esta desarmonia se manifesta no corpo, como um sintoma. Encarado desta forma, o sintoma nos informa que está faltando alguma coisa, passa assim a ser um transmissor de informações. O sintoma interrompe um fluxo, nos fazendo prestar-lhes atenção, por isto ele é importante. Ao contrário da medicina ocidental que tenta eliminá-lo, a visão psicossomática, tenta interpretar os sintomas com todas as suas inter-relações, para buscar a cura, que se faz com a transmutação da doença e não com o silenciar dos sintomas.

Desta forma, doença e sintoma são conceitos diferentes. Quando a pessoa está em desarmonia e algo está faltando, ela adoece, temos então o processo de doença, que se manifesta no corpo por meio de um sintoma. Por isto, é preciso ver a doença e o sintoma como aliados que nos alertam e nos ajudam a entender o que está faltando, e não como inimigos que devem ser eliminados. Ao eliminar o sintoma, perdemos a oportunidade de nos conhecer melhor e evoluir. É a doença que torna possível a cura. A cura sempre está associada a uma ampliação de consciência e um amadurecimento pessoal.

É esta a visão psicossomática da doença, que considera a inter-relação entre o corpo e a psique.

Mas como interpretar a linguagem da doença e do sintoma? Em primeiro lugar temos que estar abertos a ouvir o que nossa doença nos quer informar. É preciso entrar em contato com nossos sintomas, precisamos estar dispostos a questionar nossas crenças, nossos pontos de vista acerca de nós mesmos, de nossa personalidade. É preciso respeitar nossos sintomas e encará-los como professores que querem nos ensinar algo sobre nós. Ao aceitarmos esta visão e ouvir nossos sintomas, transformamos uma parte da sombra que se manifestou por meio do sintoma, em luz.

A tarefa de interpretar sintomas, não é fácil, pois a pessoa doente, é ao mesmo tempo o “malfeitor” e a “vitima”, malfeitor, por ser mortal e possuir sombras ainda não transformadas em luz, ou seja, possuir “in-consciência” de nós mesmos, e vítima, por atribuir as circunstâncias, o motivo de nossa doença.

Faz parte da correta interpretação, algumas regras, tais como:

– Não buscar causas, mas entender a subjetividade e qualidade dos sintomas;

– Analisar em que momento surgiu o sintoma, tentar lembrar sua situação de vida, seus pensamentos e sentimentos, seus sonhos e expectativas, notícias que recebeu, como recebeu estas notícias, etc.

– Não analisar de forma linear e racional o sintoma, mas observar e sentir; Usar o lado direito do cérebro para entender a linguagem do sintoma;

– Se perguntar: o que o sintoma me impede de fazer? Ao que me obriga esta sintoma? Estas perguntas podem ajudar a encontrar o foco central da doença. Quase todos os sintomas obrigam as pessoas a mudarem comportamentos, de um lado temos alguns sintomas que nos impedem de fazer as coisas que gostaríamos, por exemplo uma gripe que nos impede de sair de casa, ou sintomas que nos obrigam a fazer o que não gostaríamos, exemplo quebrar uma perna que nos obriga a ficar em casa. Estes novos comportamentos impostos pelos sintomas, podem ser as chaves para descobrir o que eles querem nos dizer. Na prática, uma pessoa hiperativa que não para, pode ser obrigada a parar pela gripe, ou então uma pessoa que vive apenas a agitação social, pode perder a voz momentaneamente para poder aquietar-se.

Ao usar as regras e fazer as reflexões, uma pergunta ainda nos resta, como recuperar a saúde, por meio do conhecimento que tive?

A resposta é: “Observar sempre” e encontra-se na antiga fórmula: Conhece-te a ti mesmo! Observar, conhecer e mudar a visão sobre si mesmo e seu mundo! Em resumo é preciso que busquemos sempre nos melhorar!

Pense nisto! O que seus sintomas estão querendo dizer?