Competência Interpessoal – O que é e como Desenvolvê-la

Um homem completo possui a força do pensamento, a força da vontade e a força do coração. A força do pensamento é a luz do conhecimento; a força da vontade é a energia do caráter; a força do coração é o amor. (LUDWIG FEUERBACH)

Um dos maiores desafios dos seres humanos é a relação com o outro. Questões como: Como entender o outro? Como fazer-se entender pelo outro? Porque sempre sou interpretado erroneamente? Porque sofremos com os atos dos outros? Será que podemos conviver de forma mais pacifica com o outro?

O processo de interação humana sofre influência de ações, reações voluntárias ou involuntárias, intencionais ou não, conscientes ou não. Pessoas se comunicam, sentem simpatia, sentem antipatia ou aversões, se aproximam, se afastam, competem, colaboram, entram em conflito, enfim… o processo de interação entre pessoas é permanente, sofrendo e despertando toda a sorte de sentimentos e emoções.

A competência interpessoal é uma das Inteligências Múltiplas e pode ser definida como a habilidade de se relacionar de forma eficaz com outras pessoas, considerando suas necessidades e situação; de perceber os sentimentos das outras pessoas, de interpretar comportamentos, necessidades e de se comunicar.

Um dos fatores que pode influenciar a relação entre as pessoas é a primeira impressão, pois ela pode facilitar ou dificultar interação.

Primeiras impressões poderão ser diferentes de acordo, com os preconceitos, predisposições para o momento,  contexto, expectativas e motivações no momento. Se a primeira impressão for negativa, certamente teremos dificuldades no relacionamento e para reverter esta situação, temos que rever a impressão, de forma a modificar nossa imagem a respeito do outro. Isto exige um esforço das duas partes para um conhecimento maior e mais assimétrica.

Se, por outro lado, a primeira impressão for positiva haverá uma tendência a uma boa relação, que envolve simpatia e aproximação.

Envolve três fatores principais:

1. Percepção acurada da situação interpessoais e de suas variáveis;

2. Habilidade e motivação para resolver realmente os problemas interpessoais;

3. Solução eficaz encontrada pelas pessoas, de forma que as relações voltem em seu estado original de antes do estabelecimento do conflito.

Então pode-se dizer que para uma boa competência interpessoal é preciso os seguintes componentes: percepção, habilidade e motivação.

A percepção envolve autoconhecimento, flexibilidade perceptiva, para ver a situação e o outro sobre vários ângulos saber dar e receber feedback, de forma a ampliar nosso autoconhecimento e o conhecimento do outro e diminuir possíveis imagens estereotipadas, ou primeiras impressões negativas. O autoconhecimento é facilitado e acelerado por meio do outro e de seu feedback. Quanto mais temos consciência de si mesmo, mais desenvolvemos a percepção da realidade. Assim, a auto percepção, autoconscientização e auto aceitação nos ajuda a nos relacionarmos melhor com o outro.

A motivação nos impulsiona a ação. Movidos pelo desejo de sermos melhores, de desenvolvermos a criatividade e a espontaneidade natural que possuímos, de auto realizarmos, buscamos reparar nossos conflitos com o outro e manter uma boa interrelação. Esta motivação também deve estar presente na própria comunicação, onde em um eixo encontra-se o conteúdo de nossa fala e no outro a nossa motivação. Assim, podemos nos perguntar: O que estou falando é verdade, ou é mentira? Na minha comunicação com o outro, sou movida pelo amor ou pelo ódio?

Portanto, se queremos ter uma alta competência interpessoal, seja nos relacionamentos afetivos, familiares, sociais, profissionais, temos que examinar nossas atitudes e preconceitos, apurar cada vez mais nossa percepção, rever nossa motivação e nossa autoimagem, desenvolver habilidade em dar e receber feedback.