“Qual o personagem principal que você desempenha na Vida?”

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.

Charles Chaplin

Para que a peça não termine sem aplausos e antes do tempo, é preciso que tenhamos consciência de nossas escolhas, de suas consequências e de nossa responsabilidade em cada uma. Não é um exercício fácil. É preciso coragem para se auto avaliar, para assumir as responsabilidades e mudar. Ao conseguir fazer isto, a pessoa cresce, se apodera e prospera.

O primeiro passo de qualquer mudança é a conscientização da necessidade de mudar e a correlação entre teatro e vida é um bom começo para este caminho.

Relembrando os personagens de uma peça de teatro, temos o protagonista, personagem mais importante de uma obra, sendo o centro da história, que se desenvolve ao seu redor e geralmente é um herói. Pode-se encontrar também, mais de um protagonista, dependendo do enredo. Temos também o co protagonista, que é um personagem de segunda maior importância na obra. Geralmente é a pessoa que ajuda o protagonista, mas não é o responsável pela condução da trama.

O antagonista é o personagem que rivaliza com o protagonista e quase sempre luta contra este, não precisando ser necessariamente uma pessoa ou personificação de objeto, animal, entre outros. Pode ser tudo aquilo que dificulte os objetivos do protagonista.

O oponente é o personagem que ajuda o antagonista, da mesma forma que o co protagonista ajuda o protagonista. Geralmente é um amigo ou parente do antagonista principal, que o ajuda ou trabalha para ele.

Coadjuvante ou personagem secundário é o personagem que exerce outra função na história, podendo estar ou não relacionado com a história principal. Sua importância pode variar dependendo do enredo.

E, finalmente o figurante que é um personagem que tem como único objetivo o de ilustrar o ambiente e o espaço social representados na trama, não sendo seu personagem fundamental para a trama principal.

Fazendo uma breve análise destes personagens com a vida, o protagonista e o antagonista são os dois personagens ativos, que estão no centro do enredo e tomam decisões para a evolução da trama. Ambos têm um objetivo e lutam por ele. Um é o herói e como herói espera-se que ele tome decisões e aja em direção ao objetivo da trama, em consonância com seus valores. Espera-se que ele nos fascine e nos inspire. O antagonista por sua vez, é o contraponto, o oposto, o obstáculo, as dificuldades é o que se interpõe ao protagonista e seus objetivos.

Já o co protagonista e o oponente, agem apoiando o protagonista, no caso do primeiro e o antagonista no caso do oponente.

Já o co protagonista age apoiando o protagonista e o oponente, o antagonista.

Os coadjuvantes, por sua vez, agem em paralelo a trama principal.

Já o figurante é o personagem passivo, ou seja, sem iniciativa, indiferente e inativo na trama.

Entendendo estes personagens, nos resta a relação com os personagens que desempenhamos na nossa vida.

Mas, porque é preciso conhecer os personagens que desempenhamos?

Precisamos conhecer, para fazer escolhas conscientes, para ter as rédeas de nossa vida. Assim, é importante perguntar para si mesmo: Qual o personagem que desempenho? Sou o protagonista, fazendo escolhas, decidindo, agindo de acordo com meus valores, inspirando e fascinando as pessoas ao meu redor?

Sou o antagonista de outro ou de mim mesmo, criando meus próprios obstáculos? Criando obstáculos a outros e me rivalizando com pessoas que assumem o personagem de protagonista?

Sou aquele que apoia quem faz?

Sou apenas figurante, observando a vida e paralisado diante das decisões a serem tomadas por outros?

Sou, o oponente e o co protagonista, apoiando os personagens principais?

Ou sou o coadjuvante, agindo em paralelo a minha vida e fazendo coisas que não se relacionam aos meus objetivos e valores, mas, simplesmente fazendo e vivendo.

No teatro, os atores assumem diferentes papéis em diferentes roteiros e textos, na vida também e assim, dependendo da situação e dos demais personagens da nossa vida, desempenhamos todos os personagens, ora somos protagonista, ora antagonista, ora co protagonista, ora antagonista, ora oponente, coadjuvante, ora figurinista. Mas, certamente, temos um personagem mais desenvolvido, com o qual mais nos identificamos e assumimos na maior parte das vezes. É possível que tenhamos também certa rigidez de personagem e independente da situação, desempenhamos sempre o mesmo personagem.

Assim, para fazer uma autoanálise, convido você a se perguntar:

– Qual o personagem que você tem interpretado na vida?

– Analise:

Você está feliz com este personagem?

O que você ganha e perde com ele?

O personagem que você desempenha com maior frequência está a adequado as situações?

Se a resposta for que você não está feliz e que você está tendo mais perdas do que ganhos, o que você pode fazer para mudar e assumir o personagem de protagonista de sua vida?

O que você ganhará com este novo personagem?

Pense nisto. A vida é muito curta para sermos figurantes ou personagens que vão de encontro com outros.